30 novembro 2007

Para privatizar


Sindicatos denunciam desmonte da PROCERGS e da FEPAM

Semapi e Sindppd lançam documentos denunciando o governo do estado por pretender desmontar os serviços prestados pela PROCERGS e pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental - FEPAM visando privatizar seus serviços. Argumentam que as conseqüências desta política será a deterioração da qualidade dos serviços de segurança de dados, saúde e meio ambiente da população do estado.
Os documentos são de alerta e preventivo ao futuro.

Vejamos o que dizem os documentos. Acima, a frente do documento do Sindppdd que em seu verso diz:

Alerta à população
Cuidado: As tuas informações sigilosas estão em risco
Escrevemos este alerta porque a realidade vivida no local onde trabalhamos afeta não somente a nossa vida, como diz respeito a cada cidadão e cada cidadã gaúcha.
O desmonte do serviço público patrocinado pelo governo Yeda está colocando em risco uma das empresas mais importantes do Estado: a Companhia Estadual de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul, a PROCERGS.

Tu sabes o que é a PROCERGS?
A PROCERGS é o teu computador: é ela a empresa de informática do Estado, onde estão armazenados os dados sigilosos dos gaúchos.
A PROCERGS está na tua vida: Quando tu fazes uma ocorrência na Polícia Civil ou Brigada Militar, ou matriculas teu filho em escola pública, ou fazes tua carteira de motorista, RG ou utilizas o Tudo-Fácil, ou quando o advogado utiliza o Notas de Expediente, ou ainda quando tu retiras um medicamento especial pela Secretaria de Saúde, estas utilizando, sem saber, os serviços que a PROCERGS oferece. A empresa está presente em todas as transações de dados do Estado.

O que a governadora quer fazer com a PROCERGS?
Yeda quer desmontar e vender os serviços mais valiosos para os empresários. Para isso conta com a ajuda do secretário da Fazenda, Aod Cunha, e do novo presidente da PROCERGS, Ronei Ferrigolo, que assumiram em declarações recentes a redução da empresa, que levará à privatização de diversos serviços. Trata-se de um grave risco para o povo gaúcho, já que os empresários, que só querem aumentar seus lucros, terão acesso às informações sigilosas de cada cidadão. Afeta também a qualidade e até o acesso da população aos serviços públicos assistidos hoje pela PROCERGS.

Desrespeito com o povo e aos trabalhadores: A imprensa noticiou irregularidades administrativas envolvendo os diretores políticos em casos obscuros com dinheiro público. Para eles tem dinheiro! Para os trabalhadores da PROCERGS, que tem seu trabalhado premiado nacionalmente, querem impor demissões, reajuste zero e corte de direitos. Exigimos a apuração das irregularidades, com o compromisso de fortalecer este patrimônio da população, e não de entrega-lo para poucos engordarem seus bolsos.

PROCERGS FORTE É ESTADO FORTE: Precisamos de serviços públicos de qualidade e nossos dados devem permanecer em segurança. Para isso, a PROCERGS tem que ser fortalecida e os seus serviços devem continuar públicos.

A defesa da PROCERGS e dos serviços públicos é uma luta de todos!
Comissão de Trabalhadores da PROCERGS
SindppdRS

A diretora do SEMAPI, Regina Abrahão, denuncia conseqüências que irão ocorrer caso o governo Yeda consiga desmontar a Fundação de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul - FEPAM. O documento que ela assina:

A população gaúcha correrá sérios riscos caso o governo estadual consolide as propostas já encaminhadas pela presidente da FEPAM, Ana Pellini, que prevê a suspensão de serviços fundamentais prestados pelos laboratórios à saúde e ao meio ambiente. Os planos do governo
dizem respeito à desativação do serviço de análise da qualidade da água e ar.

Os laboratórios da Fundação Estadual de Proteção Ambiental são os responsáveis pelo monitoramento ambiental de rios, lagos, lagoas e orla marítima. Ou seja, é quem define se estes recursos hídricos são próprios para uso ou não. E não só os moradores do entorno destas áreas, mas toda a população que, de maneira direta ou indireta, usufruem dos recursos naturais. São também responsáveis por levantar dados a partir de análises laboratoriais que dão suporte à
fiscalização da qualidade da água das praias marítimas e fluviais, acessíveis à população em época de veraneio. Portanto, responsabilidade direta do Estado sobre a saúde da população.

A população gaúcha correrá sérios riscos caso o governo estadual consolide as propostas já encaminhadas pela presidente da FEPAM, Ana Pellini, que prevê a suspensão de serviços fundamentais prestados pelos laboratórios à saúde e ao meio ambiente. Os planos do governo dizem respeito à desativação do serviço de análise da qualidade da água e ar.

A falta de monitoramento da água, indispensável a qualquer forma de vida, poderá acarretar epidemias, desastres ambientais, acidentes, atingindo milhares de pessoas e comprometendo a qualidade de nossa água por décadas, em perímetros urbanos, rurais e industriais.
Atingirá a área da pesquisa, diretamente responsável pelo sistema de segurança exigido e implantado pelo Pólo Petroquímico durante sua duplicação. Impossibilitará a pesquisa e a recuperação de áreas hoje extremamente degradadas. Além disto, impedirá o treinamento técnico de estudantes de áreas afins, diminuindo seriamente a qualidade e a quantidade de técnicos científicos, cujo trabalho é imprescindível ao desenvolvimento sustentável do estado.

A situação dos laboratórios hoje é crítica, com o trabalho sendo realizado no limite de sua capacidade. Qualquer restrição de custos nessa área acarretará imensos prejuízos para a saúde pública e o ambiente natural do RS.
Não poderemos aceitar passivamente o desmonte de uma estrutura de inegável prestígio científico, indispensável para a manutenção e continuidade da vida no estado.

A economia resultante do fechamento dos laboratórios não resolverá a crise criada por má administração e farta distribuição de subsídios. Não é certo que paguemos com nossa saúde por desmandos que não cometemos.

Os laboratórios da FEPAM são instrumentos de Estado e da sociedade para o controle ambiental. A pergunta a ser feita é: Cabe ao governo desmantelar o Estado e seus equipamentos necessários à política ambiental justamente no momento em que estas questões são preponderantes para a manutenção da vida no século XXI?

Regina Abrahão
Diretora do Semapi

28 novembro 2007

XII Marcha dos Sem

Trabalhadores realizam manifestação dia 30

Setores do movimento dos trabalhadores do Rio Grande do Sul pretendem entregar dia 28 próximo, à governadora Yeda Crusius, proposta de plataforma alternativa a do Governo do Estado, derrotada em votação na Assembléia Legislativa, no dia 14 de novembro passado. No dia 30, realizam a XII Marcha dos Sem, para fazer pressão por suas propostas. O documento com as sugestões também será entregue aos deputados estaduais e às entidades patronais da indústria e do comércio: FIERGS, FECOMÉRCIO.
O quê?
Marcha dos Sem
Quando?
Dia 30
Concentração:
Na av. Padre Cacique, em frente a FASE, em Porto Alegre
Horário
15 horas.
A plataforma propositiva será entregue ao governo gaúcho, aos deputados estaduais e federais, aos juizes e aos padrões da industria e comercio no dia 28.

25 novembro 2007

A espera de outro espanto

'Gado em Repouso', Lasar Segall
O caso da garota de Abaetetuba, no Pará, reafirma a continuidade do cenário de desgraça que atinge a mulher pobre no país. As políticas públicas, que representam o cuidado do estado com o povo, e significa as amarras para a existência e construção da nação, faliram em diversas regiões do país, de forma deferente e combinada. Em alguns lugares, é o sistema educacional. Em outros, é o de saúde. Em quase todos, o de segurança. O conjunto é de provocar a “animalização” desta “gente” para justificar a violência contra ela. Faz parte da política dominante.

Mesmo assim, em algumas regiões, esta política é aceita pacificamente pela população. Em outras, a população reage. A “tropa da elite” que dirige o país com suas respectivas responsabilidades sabe disto. E esta situação tem sido objeto de atenção de Ongs e de pesquisas de organismos internacionais. Um deles, o Comitê contra a Tortura da ONU, que visitou recentemente o Brasil, publicou trabalho dia 23 passado, descrevendo as prisões brasileiras como instalações com "superpopulação endêmica", "condições imundas de confinamento" e "violência generalizada". O representante da Anistia Internacional para o Brasil, Tim Cahill, diz que é caso "chocante", “...tão chocante, em tantos níveis, que é difícil identificar o que é mais grave. Se o fato do Estado ser tão violento a ponto de deixar uma menina nessas condições, de manter uma menor cercada por homens, ou as violências que ela sofreu. “Ela foi estuprada por um mês; é impossível que o Estado não soubesse". Esta situação não surgiu de repente. Foi amadurecendo por vários governos, sem que nenhum, de fato, tenha tomado as providências para reverter esta situação com medidas de longo alcance. Então, é espantoso como reage a nossa “tropa da elite”.

A ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres Nilcéa Freire, diz que desconhecia estas situações no país. Segundo ela “O caso das duas mulheres presas com homens no Pará – foi levado ao conhecimento dela outro caso - foram os primeiros do tipo levados ao governo federal”, justifica.

A presidente do Supremo Tribunal Federal – STF e do Conselho Nacional de Justiça – CNJ -, Ellen Gracie, comportou-se como se nada soubesse, e cobrou explicações do Tribunal de Justiça do Pará sobre “a colocação de mulheres em celas ocupadas por homens’”.

A governadora do Pará, Ana Júlia Carepa assumiu que sabia e que casos como este ocorrem no Estado ‘há algum tempo’. Com origem no PT histórico, aquele em que sabe das dificuldades dos trabalhadores por ter convivido com ele, a governadora tinha informação até porque, há pelo menos 11 anos, o Movimento de Mulheres do Campo e da Cidade (MMCC), entidade de defesa dos direitos da mulher no Pará, denuncia casos semelhantes no interior do Estado. Prova é o depoimento, em março de 2007, de Elisety Maia, coordenadora do MMCC e integrante do Conselho Estadual da Mulher do Pará. Ela citou o caso da presa Salma Simas, de 40 anos, presa com outros 35 homens durante sete meses, denunciado pelo MMCC em 1996. Acusada de matar o marido, foi estuprada diversas vezes na cadeia e, depois, inocentada do crime. O caso da mulher presa na carceragem de Abaetetuba foi denunciado em requerimento ao Conselho Estadual da Mulher “e apresentamos como solução a construção de uma delegacia da mulher no município e não houve providências", diz ela. “Nos últimos dez anos o MMCC denunciou casos semelhantes ao da menina de Abaetetuba ocorridos em Altamira, Tucuruí e até mesmo em Abaetetuba. E nada foi feito”.

Se nenhum governo mandou construir presididos femininos em cidades médias e pequenas do país, aonde os “a tropa da elite” pensa que são colocadas as presas, quando a polícia ou a justiça determina recolhe-las?

Aliás, o que aconteceu com a garota no Pará é apenas continuidade do tratamento que a mulher (pobre) recebe historicamente na sociedade brasileira. Mas, estou curioso mesmo é em saber se este escândalo de agora, este fingimento de espanto da violência contra a garota do Pará, vai ser o estopim que vai alterar o destino de outras grandes denúncias, como aquela “Falcão, os menos do Trafico”, mostrada em programa nobre da TV, lembram? Alguém aí acha que foram tomadas medidas que erradicassem as causas que empurram crianças pobres para aquela possibilidade de vida?
A sociedade tem sido cínica refletindo a cultura dominante. E espera um novo espanto.

23 novembro 2007

Continuidade da programação para a afirmação da negritude e do gênero



A programação de eventos da afirmação da negritude no RS vai para além do 20 de novembro.
Por favor, repassem a interessados.
Há indicações muito importantes. Menção especial para os que farão o vestibular pelo sistema de cotas. Temas abordados no programa do Memorial no Vestibular, abaixo, serão referências possíveis do Concurso de 2007.



De 4 a 7 de Dezembro de 2007.
Programação:
Dia 4 de dezembro
18h - Geografia no Rio Grande do Sul
Ministrando: Gervásio Rodrigo Neves - IHGRS e UFRGS
Dia 5 de dezembro
18h - Política no Rio Grande do Sul
19h15min - Literatura no Rio Grande do Sul
Ministrando: Luis Augusto Fischer - UFRGS
Dia 6 de dezembro
18h - Economia no Rio Grande do Sul
Dia 7 de dezembro
18h - República no Rio Grande do Sul
Ministrando: Moacyr Flores - PUCRS
Inscrições até o dia 4 de dezembro, no Memorial do Rio Grande do Sul.
Valor: R$ 5,00 (cinco reais).
Vagas Limitadas - 80 lugares
Será fornecido certificado de participação.
Informações pelo telefone: 51-3224.7210 ou memorial.rs@uol.com.br
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Outra iniciativa a abertura das inscrições para apresentação de trabalhos e projetos desenvolvidos ligados a temática das relações raciais, políticas de ações afirmativas, e população negra na SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA UFRGS 2007 - AÇÕES AFIRMATIVAS NA UFRGS: Construção da Agenda de Ações 2008.
O objetivo é implementar ações afirmativas na luta histórica dos povos negros, trocando experiências e projetos que estão sendo implementados no estado.
Inscrições: de 21 a 26 de novembro Inscrições: Por e-mail para mailto:kellysmoraes@gmail.com , com os seguintes dados:Título:Apresentador( a):Material necessário para apresentação. Resposta para estes dados até dia 26/11.

A atividade organizada pela Faculdade de Educação da UFRGS, pró-reitoria de Extenção e Departamento de Estudos Especializados da Faculdade de Educação, Seminário de Consciência Negra e Ações Afirmativas – SECON; SECRETARIA DE ASSUNTOS ESTUDANTIS; PROGRAMA CONEXÕES DE SABERES; GRUPO DE TRABALHO DE AÇÕES AFIRMATIVAS, DCE; EPA - Escola Municipal Porto Alegre, IAFRA - Instituto África – América; MARIA MULHER - ASSOCIAÇÃO DE MULHERES CAPOEIRA DE ANGOLA; GERERÉM - Grupo de Educação, Relações Étnico-raciais e o Mundo do Trabalho; CADECUNE - Centro Alternativo de Cultura Negra; MNU – Movimento Negro Unificado; e a CARRIS – Companhia Carris Porto-alegrense.


Segue a programação da atividade

27 de novembro de 2007 (Sala Redenção – Cinema da UFRGS)
17 h e 30 min – Credenciamento
20 h - Abertura
Apresentação Musical com Berimbalada
20h 20 min - Mesa Ações Afirmativas: cotas na UFRGS.
28 de novembro de 2007
FEIRA
8h 30 min - Apresentação de trabalhos de pesquisa (sala 101)
11h 30 min - Apresentação Cultural Intervenção teatral CUCA (pátio FACED)
12h - Apresentação Cultural Maracatu – Porto Alegre
13h - Mostra Vídeos Curtas CUCA (Sala 101 FACED)
14h - Fórum de Construção da Agenda de Ações A 2008 (sala 101)
18h - Apresentação Cultural (Oficina de Flautas – Escola Estadual de Ensino Fundamental Afonso Guerreiro Lima)
29 de novembro de 2007
FEIRA
9h - Oficina com Grupo Capoeira de Banguela (Sala 601 FACED)
11h - Oficinas Hip Hop
13h - Mostra Vídeos Curtas CUCA (Sala 601 FACED)
14h - Apresentação de trabalhos de pesquisa
18h - Intervenção teatral: UM CONVITE A UMA HISTÓRIA DO BRASIL (Sala 601 FACED)
19h - Fórum de Construção da Agenda de Ações Afirmativas 2008 FACED)
20h30min – Encerramento (Grupo Negras em Canto)
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Dia 25 de novembro é o Dia Internacional pelo fim da violência contra a mulher. O pessoal da Univesidade de Santa Catarian organizou o II° EVENTO INTER-NÚCLEOS DA UFSC
- NIGS, NUSSERGE, MARGENS, LEVIS.
A programação é a seguinte:
- MESA REDONDA: VIOLÊNCIA DE GÊNERO
DATA: 27 DE NOVEMBRO DE 2007 (3ª FEIRA)
LOCAL: AUDITÓRIO DO CENTRO SÓCIO ECONÔMICO – UFSC – Florianópolis (SC)
HORÁRIO: DAS 18,30 ÀS 22,00 HORAS
18,30 horas – Lançamento dos cartazes e folders sobre a Campanha “Basta de Violência no Campus da UFSC”
19,00 horas – O papel da polícia junto à violência contra a mulher – Psicóloga Msc. Victória Regina dos Santos - LEVIS
19,30 horas - Aborto – uma questão de saúde pública e cidadania – Prof.a Clair Castilhos – CCS / UFSC
20,00 horas – Homens trabalhando pela eqüidade de gênero (Laço Branco - MARGENS)
Debatedora: Prof.a Dr.a Teresa Kleba Lisboa (NUSSERGE / UFSC)
Coordenação da mesa: Roseli Porto - NIGS
Informações: tkleba@cse.ufsc.br

21 novembro 2007

Zumbi em Porto Alegre



A luta pelos direitos da Consciência Negra

A manifestação em homenagem a Zumbi, em Porto Alegre, reuniu os que apóiam a luta por um Outro Brasil, de forma festiva e combativa. A marcha que seguiu pela Borges de Medeiros foi quente e animada, expressando o sentimento dos que lutam com, junto e sob a ótica da negritude.
No Largo Zumbi dos Palmares sobrou para o prefeito da cidade e para os ruralistas do Congresso Nacional.
Depois de belas apresentações artísticas, as diversas entidades religiosas, políticas, sindicais e culturais falaram de suas dificuldades impostas pela cultura branca hegemônica e suas manobras para continuarem usando as comunidades negras sem responder a seus pleitos.
No caso de Porto Alegre, a crítica foi dirigida ao prefeito José Fogaça. Ele não apareceu nas atividades. As lideranças questionam porque pretende transformar o Largo Zumbi dos Palmares em portal para ônibus da cidade, desfigurando o local.
As lideranças negras e negros alertaram a todos que ocuparam o Largo para o fato de o Congresso ainda não ter legalizado os Quilombos já reconhecidos historicamente no Estado ou no país.
“A lei ainda não se efetivou. O Quilombo dos Silva, por exemplo, aqui em Porto alegre, já documentado e reconhecido pelo INCRA e pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, ainda não foi escriturado e a bancada ruralista trabalha para derrubar a lei que reconhece os Quilombos”, denunciou a representante do Quilombo dos Silva.
A foto 1 é da apresentação teatral, na abertura da Marcha do Dia da Consciência Negra, na Fonte Talavera, em frente a Prefeitura de Porto Alegre.
A foto 2 e 3 é da manifestação no Largo Zumbi dos Palmares.

19 novembro 2007

Marchas celebram o Dia Nacional da Consciência Negra


O Dia Nacional da Consciência Negra será comemorado no Brasil com marchas nas principais cidades.
Haverá marcha em Porto Alegre, São Paulo, João Pessoa e Olinda (Pernambuco).
O povo sairá às ruas para combater o racismo, a discriminação, o preconceito, a homofobia, o machismo e a intolerância religiosa.
A transformação do dia 20 de novembro em Dia Nacional da Consciência Negra é um marco da luta pela igualdade racial na sociedade brasileira.
Ø Em Porto Alegre, a MARCHA ZUMBI – 2007, terá Concentração a partir das 17h, no Largo Glênio Peres, seguindo pela Av. Borges de Medeiros até o Largo Zumbi dos Palmares.
Ø Na capital paulista, a concentração da marcha será às 10 horas, na Avenida Paulista - em frente ao vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), próximo à estação Trianon do metrô.
Ø Em Olinda, a 2ª Marcha pela Libertação do Povo Negro "Construindo um projeto político para o povo negro de Pernambuco" inicia às 15 horas, saindo da Praça 12 de Março. A Marcha comemora a imortalidade e os ideais de liberdade de Zumbi.
Ø Na Paraíba, o ato do "Estado Contra o Racismo, pela Cidadania e a Vida" será realizado em João Pessoa, começará às 15 horas, com a concentração na Lagoa (Parque Sólon de Lucena). Os organizadores da Marcha, "o dia 20 de Novembro é dia de desobediência civil, cívica e cidadã. Um dia de luta pela dignidade do Povo Negro no Brasil e na nossa cidade".

Pauta negra para um outro Brasil
As entidades dos movimentos negros no Brasil, convocando as principais marchas pelo país, reivindicam: Ampliação do orçamento da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) pelo Governo Federal; a regularização fundiária das terras das comunidades de quilombos na Paraíba, em cumprimento ao Art. 68 da Constituição Federal e ao Decreto 4. 887 / 2003; que os Governos Municipais e Estadual implementem o que orienta a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da População Negra; a participação de 40% de Artistas Negros nos Meios de Comunicação dos Estados e Municípios; Direito previdenciário à todos os dirigentes de Terreiros de Candomblé, Umbanda e outros cultos de Matriz Africana.

Zumbi vive para um outro Brasil

Para marcar o dia 20 de novembro em Porto Alegre estão agendadas diversas atividades.
A principal é MARCHA ZUMBI – 2007, organizada pelo Movimento Social Negro e pela CUT do RS.
Concentração: 17h
Local: Largo Glênio Peres
A marcha seguirá pela Av. Borges de Medeiros até o Largo Zumbi dos Palmares, com grande Ato Político e Cultural às 19h.
Outra atividade é o Seminário:

Mulheres Negras: resistência e vida, promovido pelo INSTITUTO DHESCA DO BRASIL – IDHESCA, neste 20 de novembro, às 14 horas, na Sala Salzano Vieira da Cunha – 3 º andar da Assembléia Legislativa/RS.

A luta por um outro país

As lutas por um Brasil sem divisão de classe e sem preconceitos sociais são as principais preocupações – junto com a preservação do ambiente – para a construção de um outro pais, com oportunidade de realização para todos.
O poder existente é continuação do imposto as sociedades indígenas existentes quando da chegada dos colonizadores portugueses e demais dominadores, desde a descoberta.
São mais de 500 anos de violência, sofrimento e agonia.
Desde lá, vieram não só com doenças, mas com as idéias da discriminação e da sujeição social para conseguir dominar. A profundidade deste crime é o retrato de injustiças social que faz do Brasil um dos paises mais desiguais do Planeta.
A maioria da população é marginalizada. Os explorados são os que conseguem vender sua força de trabalho formal. No neoliberalismo, uma parte ainda maior do que a dos trabalhadores formais é marginalizada. Os privilegiados não precisam comprar seu trabalho formal, ao marginaliza-los, os utilizam como meio para manter seu regime de violência e terror social. A maior parte dos marginalizados são negros e negras. Com os indígenas, são os mais marginais entre os marginais, os mais pobres entre os pobres. Para a elite, indígenas são nada, “inúteis e vagabundos”.
Os dados do DIEESE - Departamento Intersindical de estatística e Estudos Socioeconômicos informa que:
· Se conseguir entrar no mercado de trabalho, o negro ganha até a metade do salário dos de outras raças.
· Que a taxa de desemprego entre os negros na Região Metropolitana de Porto Alegre é de 20,3%, e entre “não negros” é de 13,5%.
· Que somente 4,5% da população negra acima de 10 anos chega à universidade; entre os não negros, o percentual sobe para 15%.
A situação histórica colocada precisa da unificação das lutas dos “de baixo”, em torno de um projeto, para ter um fim.
As reparações clamam por militância unificada em torno de projeto para um outro Brasil.
Recuperar o ideário de Zumbi não é apenas rememorar Palmares, mas resgatar um importante exemplo de luta e organização pela emancipação do povo brasileiro.
REPARAÇÕES JÁ!
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Os negros e negras gaúchas na luta

Mas a sociedade negra riograndense reage. Os negros e negras do Rio Grande do Sul tem papel destacado na luta por uma sociedade sem classes e sem preconceitos sociais. Foi a atuação do Grupo Palmares de Porto Alegre que, em meados dos 70, levou a instituição do dia 20 de novembro, como referência e em contra ponto ao 13 de maio, dia da falsa Abolição.
Quem foi Zumbi dos Palmares?
Líder do Quilombo de Palmares e símbolo da resistência contra a escravidão foi assassinado em 20 de novembro de 1695.
O Quilombo dos Palmares foi fundado no ano de 1597, nas terras da Serra da Barriga, atual estado de Alagoas.
O seu ideal de liberdade e organização fez com que o quilombo se tornasse uma verdadeira cidade.
Em 1695, a expedição de Domingos Jorge Velho destruiu o Quilombo dos Palmares e assassinou Zumbi.
O Quilombo precisava ser destruído porque era território livre e símbolo da resistência ao regime escravista e da consciência negra de homens e mulheres em busca da liberdade e da construção de uma nação.
Em 1995, depois de 300 anos de seu assassinato, foi realizada no dia 20 de Novembro, a Marcha Zumbi dos Palmares – contra o Racismo pela Igualdade e a Vida reunindo em Brasília cerca de 30.000 pessoas, e Zumbi dos Palmares foi oficialmente reconhecido pelo governo brasileiro como herói nacional.

Um pouco de história

Por mais que sua imagem esteja diretamente associada ao Quilombo dos Palmares, Zumbi não participou da fundação comunidade auto-sustentável formada por escravos fugidos dos canaviais brasileiros.
A origem da palavra quilombo está nos termos "kilombo" ou "ochilombo", da língua falada ainda hoje por povos Bantos da região de Angola. Originalmente, a palavra designava “um acampamento” utilizado por populações nômades ou em deslocamento.
A organização social e política dos quilombos seguiam variações culturais que misturavam à cultura guardadas pelos negros e negras os moldes republicanos e imperiais em que estavam mergulhados. Historiadores defendem que muitos quilombos, inclusive o de Palmares, tinha certa hierarquia monárquica, semelhante ao modelo tribal de muitos povos africanos.

O quilombo dos Palmares foi fundado em 1580, na Serra da Barriga, no Estado de Alagoas, por escravos fugitivos de engenhos das Capitanias de Pernambuco e da Bahia.
Formado por inúmeras vilas ou mocambos - espécies de cidades cercadas, como as da idade média - o quilombo dos Palmares chegou a ter cerca de 20 mil habitantes.
Zumbi nasceu em um dos mocambos de Palmares em 1655.
Era neto de Aqualtune, princesa congolesa vendida como escrava.
Aos seis anos de idade, Zumbi sobreviveu a um ataque ao quilombo. Sua vida foi poupada e entregue padre jesuíta português António Melo. Rebatizado "Francisco", Zumbi recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim.
Menos de 10 anos depois, Zumbi fugiu e voltou a Palmares.
Aos 20 anos, já era um estrategista militar respeitável pela sua destreza e astúcia na luta.
Em 1678 o governador da Capitania de Pernambuco propõem a Ganga Zumba, tio de Zumbi e líder dos Palmares, a liberdade de todos os escravos fugidos, mas o quilombo tinha que se submeter à autoridade da Coroa Portuguesa.
Ganga Zumba aceitou a proposta, Zumbi não.
Desafiando a autoridade do tio e prometendo manter a luta à Coroa, Zumbi tornou-se o novo líder dos quilombolas.
Há historiador que defende que a passagem de comando deu-se de forma natural já que em muitas tribos africanas, a sucessão era de tio para sobrinho e não de pai para filho.
Zumbi foi o líder de Palmares por 15 anos.
Em 6 de fevereiro de 1694, a capital de Palmares, o mocambo do Macaco, foi destruída.
Em 20 de novembro de 1695, após Zumbi foi morto, provavelmente na Serra Dois Irmãos, onde hoje é o Ceará.
Zumbi teve sua cabeça cortada e entregue ao governador de Pernambuco, Caetano de Melo e Castro.
Sua cabeça foi colocada em praça pública. Com a medida, Castro esperava acabar com a crença de alguns negros sobre a imortalidade de Zumbi.
O ato também era para acalmar os ânimos dos fazendeiros que cobravam ações da Coroa contra a fuga de escravos.
O governador, em carta ao Rei, diz que "Determinei que pusessem sua cabeça em um poste no lugar mais público desta praça, para satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e atemorizar os negros que supersticiosamente julgavam Zumbi um imortal, para que entendessem que esta empresa acabava de todo com os Palmares."

17 novembro 2007

UAMPA realiza o II Congresso


A União das Associações de Moradores de Porto Alegre realiza seu IIX Congresso, no Instituto de Educação Flores da Cunha, na Avenida Osvaldo Aranha, 527.
O Congresso é realizado em duas partes.
A primeira começa às 19 horas desta sexta, dia 16 e termina às 17 horas, do dia 17.

Os temas em debate são:

Geral: “Fortalecimento do Movimento Comunitário em Porto Alegre, Buscando novos caminhos”.

Específicos: Reforma Urbana – Habitação e Meio Ambiente, Saúde – A defesa do SUS, Educação e Cultura, Esporte e Lazer, Desenvolvimento Sustentável com geração de trabalho e renda, Violência e segurança urbana, Questão de Gênero, Estrutura e organização do movimento comunitário.

Participam desta fase do Congresso os delegados eleitos nas reuniões das comunidades, informadas à atual direção da UAMPA.
Para terem direito a participar cada delegado deve pagar 4 reais.

A segunda ocorre no dia 9 de dezembro próximo, e elege a nova diretoria.
As chapas que concorrerão devem se inscrever até o dia 30 de novembro.