16 dezembro 2008


O PETRÓLEO TEM QUE SER NOSSO

Aconteceu nesta segunda, 15, manifestações em todo país contra a intenção do governo federal de realizar a 10ª Rodada de Leilões das Reservas de Petróleo do país.

A atividade em Porto Alegre contou com uma concentração na esquina Democrática, caminhada e ato no lugar onde estava a torre de petróleo colocada na Praça da Alfândega na década de 60 pelo movimento popular e político que dava continuidade a campanha O Petróleo é Nosso.
O movimento, que reuniu partidos – PT, PCB, PCdoB, PSol, Pstu -, entidades sindicais e estudantis denunciam que o governo FHC privatizou a Petrobrás e, desde então, são feitos leitões de reservas e ações, dando a particulares, nacionais e estrangeiros, parte da exploração do petróleo brasileiro.
Esta situação não foi modificada com o governo Lula.
Nestes governos, a Petrobras se transfomou em uma multinacional como as outras, servindo aos interesses dos acionistas de todo o mundo e não às necessidades do povo brasileiro.

Agora estes investidores internacionais querem o petroleo encontrado na camada Pré-Sal do solo do país.
Com todo o petroleo que o país possui, no entanto, a gasolina, o olóeo diesel, o gaz de cozinha sao, no Brasi, dos mais caros do mundo. Influencia ainda que o preço do transporte seja alto.

O movimento de sindicalistas, políticos, entidades populares e estudantis querem que o PRÉ-SAL seja da PETROBRAS! E que a PETROBRAS seja dos BRASILEIROS!

12 dezembro 2008

Abaixo a ditadura!

A rainha de azul do Amargo Santo da Purificação Contra a Ditadura Militar e o AI-5

A rainha de azul caiu enquanto esperávamos para iniciar as atividades. A bela rainha de azul caiu de cima de suas pernas de pau. Belas pernas de pau!

Corremos para acudi-la. Mexe aqui e ali. Ela estava bem, e considerou desnecessário maiores cuidados, e com razão, pois a rainha era bela, altiva, forte e corajosa. E seguimos no ato.

Dizer que o tempo não estava bom, não é inteligente. O tempo não está nem ai para ser qualificado desta forma. Assuma a responsabilidade a espécie quem tem contribuído para se desnortear, responsabilizando depois o tempo de estar desnorteado.

O tempo do ato iniciou com sol, depois fechou. Em seguida chuviscou. Parou, abriu o sol. Fechou, choveu forte. Parou, choveu forte. Parou, choveu forte. O publico sob chuva, sombra, sol, garoa, na calçada, sobre as arvores, mais uma vez.

Aquele público é o publico da peça. Os que se foram eram os que estavam trabalhando, em horário de almoço, com pouco tempo, tendo que ir embora, que o patrão não iria gostar, arriscando o emprego, ainda mais num tempo de mais uma idiotice da espécie do sistema, mas/e , olhando o relógio, ficou mais um pouquinho. Mas não reduziu, ao contrário, a quantidade foi aumentando, aos poucos, com os que tinham tempo para ver toda a peça ou apenas uma parte e os iam aderindo e ficando de vez, depois se justifica pelo atraso de alguma coisa.
No final da apresentação da peça, os rostos molhados, de águas de lágrimas e chuva que, em nenhum momento dispersou o público, e iniciou marcha emocionada pela memória dos que lutaram e morreram pelo fim da Ditadura Militar e a redemocratização do país.

A apresentação foi magistral.

Vejo pela terceira vez. Esta mais madura. O pessoal está mais relaxado. Aperfeiçoaram partes que estão mais definidas e eficazes em suas mensagens.
É para ser executada em dia de sol. Ou, pelo menos, que não chova. Os atuadores precisam da luz, do ar, do chão e do espaço das ruas. A peça é espetáculo de rua que rememora a vida do comunista Carlos Marighella. Precisam destes elementos em seu espírito e corpo para ganhar vida.

No espírito da data e repetindo a coragem de vida do sujeito da peça, Carlos Marighella, a apresentação decolou no chão molhado, num publico encharcado, que foi ficando, ansioso pela água que atrapalhava os olhos de ver aquilo seria aquilo mesmo?

E como não poderia deixar de ser, pela terceira vez, quando terminou, tinha um monte, uns pela primeira, outros pela segunda, e outros ainda pela terceira vez, chorando.
Como aquela era apenas uma parte da atividade, a Tânia, explicou que seguiríamos dali em marcha para a Esquina Democrática para dar continuidade ao ato pela abertura dos arquivos e punição dos crimes de tortura. Ate a Esquina Democrática a marcha engordou.
Uma garota, que não quis dizer o nome, com uniforme de uma farmácia, perguntou o que era aquilo? Não entendeu. O quê? Quando foram estas torturas, quem foi morto? Mas foi aqui no estado? Este ano?

O todo foi um ato da “Memória que não esquece Isto ainda acontece”. A presença do exercito nas ruas, a censura aos meios de comunicação, a prisão, o exílio, o banimento, a morte, a tortura eram métodos de poder político militar. E até hoje o povo não sabe disto.

A garota ficou incrédula, como isto acontece?

Bater, prender, torturar.

O sistema ainda reage assim contra os que lutam contra ele. E, como nossa memória não esquece diversos grupos se encontraram na Esquina Democrática, Porto Alegre, para protestar contra o governo federal, estadual e municipal. E os que lá estavam eram os anarquistas, os socialistas, os comunistas, uns pouquíssimos ex-presos e exilados pela Ditadura Militar. O objetivo é denunciar que – 40 anos depois do AI 5 - a violência que o regime militar utilizou para se manter como poder, continua sendo praticada cotidianamente contra trabalhadores, estudantes, sem terra, nas ruas, delegacias e presídios. A violência se espalhou contra a população que vive acuada.

O ato que iniciou com o Amargo Santo da Purificação, da tribo de atuadores Oi Nós Aqui Traveiz, terminou com os que lutam junto, mesmo que só se encontrem em tempos de dificuldades.

02 dezembro 2008

O periodo histórico da Ditadura ainda não acabou


Reverter o
quadro histórico
Sou testemunha viva da perseguição que este jornal sofreu na época da Ditadura Militar, e neste momento histórico, eivado de corrupções.
Nada justifica o gasto publico para a existência da justiça se ela não faz Justiça.


A Tribuna da Imprensa está em dificuldades.
O que parece ser dificuldades econômicas é, na verdade, perseguição política.
Sou testemunha viva desta perseguição. Não falo do período lacerdista, pois não o vivi, mas do que veio no período da Ditadura Militar, quando não mais seguia a orientação do falecido ex-governador da Guanaba.
A ditadura militar submeteu os órgãos de imprensa a controle, mas com o aparato militar e presença física, acho que é imbatível.
A TI, de antes do controle, estava em ascensão jornalística. Tínhamos estratégias de cobertura dos movimentos sociais, especialmente das lutas estudantis, parlamentares, sociais.

Alguns jornalistas contribuíram para a perseguição do grupo que trabalhava ali. Foram presos, foragidos, viveram na clandestinidade. Não sei se mortos, mas o clima de horror atingiu diversas vezes a redação.
O jornal foi publicado diversas vezes com espaços em branco. Da minha parte, então, era essa a resposta. Censurou? Assuma a responsabilidade. A minha era entregar as páginas de economia, primeiro, e, internacionais, depois, prontas para o diagramador. E ia embora. Soube muitas vezes que ele ameaçou mandar me prender se não esperasse o fim do trabalho dele.

Sempre disse que cada um fazia o seu trabalho. O meu não era esperar o dele.
A TI foi perseguida e continua perseguida. Os fundamentos desta situação só desaparecerão num futuro, numa história muito adiante. Neste momento é necessário dizer que há injustiça continuada que precisa cessar. O que precisa cessar, portanto, não é a TI. Para garantir a história futura.

A ação de reparação da parte ilíquida do processo, que deveria possibilitar a real recuperação da empresa, não foi feita, deixando a mostra que o interesse central da empresa não é enriquecer.

Na parte líquida, o juiz de primeira instância condenou a União ao pagamento da indenização. Mas, desde 1982, até este ano de 2008 (26 anos), a decisão está parada nas instâncias superiores. O processo não inclui o atentado terrorista sofrido pelo jornal em 1981, que destruiu prédios com maquinas, redação, arquivo (a minha história de trabalho – de aprendizado de ser jornalista, estava lá), e outros departamentos que compunham a empresa. Acho um erro, é a parte mais valiosa da empresa. Falo da minha história, mas é nada se olharmos os personagens e os fatos históricos de que ela participou. Independente de alguém gostar, ser a favor ou a odiar, a inteligência sempre vai considerar que a história deveria guardar os originais para entender melhor a sociedade brasileira. Não há como fugir da busca da inteligência com informação correta.
A imprensa hoje (02/12/08), por exemplo, ZH de Porto Alegre, informa que buscando contato com o Ministro do STF responsável pelo processo, Joaquim Barbosa, informou que ele está de licença médica e não se pronunciaria. Má hora para ficar doente, mas isto acontece. Entretanto, o processo está em sua mesa, segundo informação da TI, há quase 3 anos.
A presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio, Suzana Blass faz relato sincero da situação. Diz que a Tribuna da Imprensa não paga Fundo de Garantia do Tempo de Serviço nem INSS desde 1995. Que os empregados não receberam os salários de outubro e novembro. E que houve atrasos em outros meses (pagos sob ameaça de greve). Que a situação da empresa é grave. Foi lá um dia e viu que não havia dinheiro para comprar tinta para impressão. O jornalista Hélio Fernandes afirma, em documento público, que o primeiro compromisso é que “essa primeira indenização será toda destinada ao pagamento de DÍVIDAS obrigatórias contraídas por causa da perseguição incessante comprovadamente sofrida.”
Portanto, para se fazer justiça, longe de ser econômica ou histórica, é social e política, é necessário que o magistrado do STF se recupere logo de sua licença médica, e dê seu veredicto dizendo que a União deve e deve pagar a TI.
Luix