01 maio 2009

A assembléia, o 1º de maio e o fim do governo em 30 dias

A plenária dos professores estaduais – que reuniu cerca de cinco mil trabalhadoras – e a passeata que a seguiu, reunindo um pouco mais a estas cinco mil, pois se juntou com populares, estudantes e outros servidores estaduais, marcou o 1º de maio da Conlutas e da Intersindical na Grande Porto Alegre.

A plenária aprovou o plano de lutas em defesa do piso nacional, do plano de carreira, do Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul (IPE), e do índice de reajuste no salário do magistério gaúcho desejado pelo Cpers/Sindicato: 23,60%.

A divergência
A disputa na plenária ficou em torno da tática de luta da categoria. Um setor ligado a Articulação Sindical, CTB (PCdoB), e MCS (tendência do PT), entendem que não se deveria indicar um índice de reajuste, pois este seria o salário básico, enfraquecendo a luta a favor do piso.
A maioria da direção da entidade, no entanto, entende que não há contradição em definir o percentual de reajuste porque o piso nacional não alcança os funcionários de escola, e o governo precisa saber que há uma defasagem salarial causada pela inflação.

As decisões da assembléia
A decisão da Assembléia dos professores:
1) A categoria delibera que vai utilizar todas as suas ferramentas de luta, inclusive a greve, para impedir a mudança, na Assembleia Legislativa, do Plano de Carreira do Magistério e do Plano de Carreira dos Funcionários de Escola e continuará na luta pela implantação do Piso Salarial Profissional Nacional como básico do Plano de Carreira do Magistério e do Plano de Carreira dos Funcionários de Escola.
2) Continuidade dos atos regionalizados organizados, em conjunto, com o Fórum dos Servidores Públi¬cos.
3) Campanha de Apoio junto à sociedade em defesa dos planos de carreira da categoria, através de abaixo-assinado.
4) Realização de Ato Público Estadual de protesto pelo "Fora Yeda" no mês de maio.
5) Organização de atividades do Fórum Popular da Educação Pública Gaúcha em nível regional;
6) Exigência de CPI para investigar as denúncias de corrupção no Governo do Estado;
7) Continuidade da pressão aos deputados em defesa dos planos de carreira;
8) Manifestação da categoria de que não "reconhece a legitimidade" da Agenda 2020 - Fórum dos Em¬presários - para discutir a carreira dos educadores e a educação pública do RS;
9) Realizar pesquisa com o conjunto da categoria sobre as condições de trabalho das escolas públicas, para fazer o contraponto a dita consulta que o governo fará com 4 mil educadores.

A passeata e o caixão
Foi uma bela passeata que saiu do Gigantinho, onde foi realizada a assembléia, até a Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini.
Claro, com pequenos incidentes, como os cavaleiros da Brigada que foram retirados de junto dos manifestantes, e o caixão simbolizando a morte do governo Yeda, deixado em frente ao Palácio por alguns minutos, mas que causou mal estar entre as brigadianas e os brigadianos.
Os policiais ficaram sem saber o que fazer com aquele caixão que ficou aos seus pés. Muitos reclamavam que aquilo dava azar, que os manifestantes deviam te-lo deixado em frente à mansão que a Yeda comprou, não ali, pois parecia que eram eles que estavam fazendo o velório.
Mas durou pouco a aflição dos policiais. Logo um grupo de sindicalistas o levou embora.

Fim do governo em 30 dias
Dos discursos proferidos registre-se a fala da deputada federal Luciana Genro, afirmando que “é mais fácil derrubar um governo do que os trabalhadores conquistarem suas reivindicações”.
Questionado a respeito, o presidente do PSol no RS, Roberto Robaina, garantiu que em 30 dias, no máximo, as provas das denúncias que o PSol fez, contra o governo Yeda, virão a publico.
O discurso da deputada estadual pelo PT, Stela Farias, de que, junto com o PDT, PC do B, vai conseguir reunir as assinaturas suficientes para instalar uma CPI para apurar estas denuncias.

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