Em uma das maiores assembléias já realizadas no estado, com quase dez mil, os educadores do estado do Rio Grande do Sul aprovaram a proposta de reajuste emergencial de 10.9% estendido ao conjunto dos aposentados, inclusive os que se aposentaram por invalidez, e os funcionários de escola, fora do Plano de Carreira. A luta dos trabalhadores está cercada de dúvidas. Os dirigentes sindicais exigem o pagamento do Piso, que o STF aprovou como constitucional e para todo pais - depois de dois anos, a partir de questionamentos formulados por governadores, inclusive Yeda. Mas na campanha eleitoral, Tarso candidato, afirmara que pagaria o piso no período de seu governo.Aliás, diz também que vai zerar o conflito com os Sem Terra neste período).
A miséria dos educadores é a herança da Yeda
O argumento da presidente do Cpergs, Rejane Oliveira, para aceitar o reajuste emergencial, é de que a categoria está jogada na miséria. A categoria aprovou na assembléia exigir do governo um plano que defina como ele vai chegar ao valor piso do magistério aprovado pelo STF. Outro ponto que é sobre o valor do Piso sobre o qual o governo irá incidir os percentuais para pagar o piso da categoria. O STF afirma que o piso é de R$ 1.187,14, mas a categoria, na assembléia, afirma que é de mais de R$ 1.500,00. Há setores surpreendentes. Não pelas propostas que apresentam, mas por serem estas propostas vindas de quem é e representarem radicalização da luta. A professora Juçara Dutra Vieira, ex-presidente do Cpergs, defendeu que o piso não é para já, mas para ontem e que deve ser pago retroativamente à decisão inicial do STF, de 2008.
Direção correta
Rejane Oliveira defendeu a política aprovada pela categoria de não aceitar a proposta de abono em troca de mudanças no plano de carreira, o que ocorreu agora e já tinha sido oferecido no governo Yeda, e que o Cpergs recusou participar do “Conselhão”, do Governo Tarso. Para ela, e outros dirigentes sindicais dos trabalhadores dos trabalhadores apontaram o erro dos dirigentes sindicais que lá estão fazendo coro a declarações de empresários – como Jorge Gerdau Johannpeter e Paulo Tigre - de que o plano de carreira do magistério é muito antigo e deve ser mudado. As intervenções descreveram o “Conselhão” como um espaço para atacar as conquistas dos trabalhadores e retirar direitos legitimamente conquistados. O recado da presidente da entidade foi de que “entidade é entidade, e governo é governo, cada um deve fazer sua parte”, mostrando o erro nas declarações do presidente da CUT estadual, Celso Woyciechowski, que concordou com as declarações do presidente da FIERGS que o plano de carreira não pode ser imexível por ter mais de trinta anos. Se quiserem negociar, não há impedimento, mas não é necessário entidade sindical fazer parte do governo.
Outra conjuntura
Se todos afirmaram que agora a conjuntura é outra, garantem que as bandeiras continuam as mesmas: “De luta, organização, defesa do Piso e do Plano de Carreira”, diz Rejane. Os educadores também fizeram uma especial homenagem a ex-governadora. Ela foi vaiada muitas vezes por quase toda a platéia e o júbilo foi registrado nas falas que anunciaram sua derrota política na luta dos trabalhadores em educação que redundou também em sua derrota eleitoral. Os educadores aprovaram um calendário de mobilização: no dia 28 de abril, ato público unitário dos trabalhadores organizados no Fórum dos Servidores Públicos Estaduais (FSPE); Dia 11 de maio realização de um dia estadual de paralisação pela implementação do piso e contra a retirada de direitos, com atividades regionais.
E para inaugurar a nova conjuntura, no final da Assembléia, a passeata de milhares de funcionários públicos de diversas categorias que se somaram aos da educação, quase termina em pancadaria. Os soldados da Brigada Militar quiseram dar o ritmo e o caminho e aí foi aquele empurra-empurra, ameaça de gás pimenta, como se pode ver nas fotos. A manifestação foi para que os servidores informassem ao governo que continuarão lutando por seus direitos e que não aceitarão alterações na previdência estadual e na lei que garante o pagamento das Requisições de Pequenos Valores (RPVs).
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