20 maio 2009

Há informações que não terão espaço na mídia hegemônica, aparentemente disputando posições diferentes.

XX CONFASUBRA

XX CONFASUBRA decide pela desfiliação da CUT e quebra um elo sindical de 23 anos de existência

Em um processo nada tranqüilo, foi aprovada pelo pleno do XX COFASUBRA, a desfiliação da Federação de Sindicatos de Trabalhadores de Universidades Brasileiras - FASUBRA - da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

No total foram contabilizados 970 votos. Desses, 510 de foram pela saída da Federação da CUT, e 454 pela permanência no seio da Central. Foram registrados quatro votos em branco e dois delegados anularam o voto. Não houve abstenções.

Um dos maiores articuladores pela desfiliação e diretor da FASUBRA, Rolando Rubens Júnior, acredita que o resultado da votação representa a reconstrução de uma categoria. “Os trabalhadores em universidades já foram guerreiros, mas felizmente o processo de traição da CUT junto com o Governo Lula, iniciado com a reforma da previdência em 2003, é concluído agora”, comemorou o trabalhador.

Segundo ele a reforma foi danosa aos trabalhadores e uma afronta às 80 mil pessoas que se encontravam em marcha pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e protestavam contra a reforma no dia em que ela foi aprovada.Por outro lado, o coordenador geral, Luiz Antônio de Araújo Silva, da corrente Vamos à Luta, disse que o resultado favorável à desfiliação se insere num processo que tem relação com a reorganização do movimento sindical brasileiro. “A alegação de que a Federação teria perdas em suas reivindicações foi um equívoco, uma tentativa desesperada daqueles que não acompanham a realidade e a evolução da luta de classes”, comentou Silva.

Membro da Corrente Sindical Classista e da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, o coordenador geral João Paulo Ribeiro, acredita que o fim da vinculação da FASUBRA à CUT marca o encerramento de um ciclo mais de duas décadas. “Agora, com essa decisão, estamos ampliando o poder de atuação com outras centrais que poderão colaborar com a luta com mais alvidez e disposição”, avaliou JP, como é conhecido o sindicalista pela base sindical que pertence à Federação.

Na argumentação em defesa da manutenção da filiação à Central Única dos Trabalhadores, a coordenadora geral da FASUBRA e integrante do Coletivo Tribo, Léia de Souza Oliveira, deixou claro que sair da central seria um retrocesso na luta dos técnicos administrativos das universidades, pois muitas da vitórias da Federação foram apoiadas pela CUT. “A história da FASUBRA se confunde com a da CUT”, disse Léia.

Ao final da plenária, por volta das 22h30min, os delegados que apoiaram a saída da CUT deixaram o plenário do XX CONFASUBRA cantando. Pouco depois, os cutistas afirmaram que a derrota sofrida representava o “início da luta pelo retorno da FASUBRA à Central Única dos Trabalhadores”.

Mais alterações estatutárias
Outra modificação estatutária aprovada pelos delegados do XX CONFASUBRA diz respeito ao artigo 25, parágrafo terceiro do Estatuto da Federação. Por decisão congressual, o percentual de participação em plenárias e no congresso da Federação passa a ser regido da seguinte forma: quando houver duas chapas o percentual será de 10%, e não mais de 20% como ocorrida anteriormente. No caso de três chapas disputando as vagas, o percentual será, no mínimo de 5%, ao contrário dos 10% previstos antes das alterações.

Também foi alterado o número de diretores por coordenação. Agora elas passarão a conter apenas dois diretores cada uma, para suprir a demanda de dirigentes nas coordenações de Mulheres Trabalhadoras, Raça e Etnia e Seguridade Social criadas no XX CONFASUBRA. Outra decisão foi o fim da suplência na Federação, com todos os diretores passando a ser titulares das pastas.

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