15 novembro 2008

Professores gaúchos entram em greve por tempo indeterminado

Os professores estaduais gaúchos decidiram entrar em greve, por tempo indeterminado.
A assembléia geral, repleta, mas não lotada, com cerca de 7 mil professores, exige que o governo Yeda retire o projeto que fixa o teto salarial em 950 reais enviado à Assembléia Legislativa. O projeto fere o Plano de Carreira, visto que corta a progressão salarial.
Assim, o ano letivo ameaça não terminar em 2008, no Rio Grande do Sul e coloca para o restante dos professores do país questões que ficaram da Assembléia dos professores gaúchos.
Das manifestações autorizadas pela Direção do CPERS, para serem apresentadas à Assembléia, duas diferiram das muitas demais, em favor da proposta do Conselho Geral da entidade, de greve já.
Uma favorável à greve, mas em março, apresentada pelo representante do Centro de Estudos e Debates Socialista – Clovis Oliveira. Fundamentava que não era o momento da deflagração, mas da preparação da luta.
Outra, apresentada pela representante do Pó de Giz, grupo considerado de direita na categoria. Considerava a greve importante, e alertava para o fato de não abandonar a pauta que vinha mobilizando a categoria. Que a direção do CPERGS estava escondendo que no plano nacional a CNTE negociava com o Conselho Nacional de Educação reformular os planos de carreiras das categorias dos professores em todos os estados. E que a luta contra o teto da Yeda não deveria abandonar a luta pela pauta já apresentada e que vinha mobilizando a categoria.
A greve foi aprovada por amplíssima maioria.
Imediatamente o governo Yeda respondeu a manifestação dos professores. Diz que as negociações estão abertas, mas deve cortar ponto dos professores, nas palavras da Secretária Mariza Abreu, da educação. A secretária de Educação ameaçou substituir os professores e cortar o ponto, descontando os salários dos dias não trabalhados. Yeda Crusius diz não entender porque os professores não aceitam o piso de R$ 950. “A negociações estão abertas. O movimento deles é um movimento deles, eles têm total liberdade ou autonomia para fazer”.
A decisão dos professores vai interferir, daqui prá frente, diretamente na pauta da Assembléia Legislativa. É lá que se encontra a proposta do governo de teto salarial para os professores. E é lá que há o entendimento de que a proposta procura o confronto com a proposta de piso salarial para os professores formulada pelo governo federal.

A Brigada Militar colocou um aparato montado em motos, helicóptero que acompanhou toda a passeata e a concentração em frente ao Palácio.
Ao chegar a Praça da Matriz, onde está a sede do executivo, do legislativo, do judiciário e a igreja matriz do catolicismo gaúcho, a Brigada recepcionou os professores com um esquema em que usava brigadianas. Foram as mulheres da força policial quem fez o cordão de proteção do Palácio do governo.

Não houve incidentes. Mas o helicóptero da Brigada Militar voou o tempo todo sobre a manifestação dos professores.
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Segunda feira, 17, os servidores da policia civil fazem paralisação e caminhada em direção a Praça da Matriz.
A manifestação está marcada para as 14 horas, em concentração em frente ao Palácio da Polícia.

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