04 julho 2011

O avanço do estado de exceção e a esquerda

Temos denunciado o avanço do estado de exceção a partir do processo de realização da Copa do Mundo.
É uma visão ingênua achar que este seria apenas a aplicação do que ocorreu na África do Sul, com a instalação dos tribunais excepcionais, com punições e prisões sumárias, em cadeias construídas como jaulas, para pequenos delitos de vendedores ambulantes não autorizados pelos negócios da FIFA.
(Aliás, já existem salas de aulas e cadeias funcionando com estas características no território nacional).
Quanta ingenuidade.
A burguesia presente no Brasil – associada – pendura na realização dos mega eventos suas demandas de realização ideológicas e aprofunda suas ações para realizar a dominação a partir da nova realidade política necessária a exploração pretendida.
Os marcos jurídicos, políticos, ideológicos, culturais e financeiros dos mega eventos, a serem aplicados nas 12 cidades impactarão estas regiões metropolitanas, e, portanto, todo o país.
A burguesia, espertamente, coloca na conta da Copa e outros mega eventos, suas necessidades historicamente barradas pela luta dos movimentos sociais, agora desabrigados de apoio do que construiu nos últimos 40 anos, dominados pela política e dependência que se matem e suas influencias no movimento social do campo e da cidade.
Os movimentos do campo e da cidade e suas organizações – por conta deste cenário - têm se dividido na busca de encontrar um caminho, mas não conseguem unidade para fazer a luta contra o aprofundamento do estado de exceção.
Não se consegue unidade do movimento sindical, sexual, de gênero, de quilombolas, religioso. A situação da segurança, da educação, da saúde e mobilidade apresenta esgotamento.
Estamos sugerindo enviar estas mensagem e convidar a todos para as atividades de luta buscando a unidade do movimento em torno de uma cidade para todos.
Na busca de uma idéia de democracia que contemple os direitos de viver com decência, sem opressões.
Por uma nova democracia.
Vamos participar e apoiar todas as atividades que atuem no sentido de desmascarar o estado de exceção da burguesia financeira, que tem expressões no aparelho público e nas ações de grupos que tentam intimidar a todos os segmentos sociais que devem constituir um novo poder popular.
Assim:
- Vigília no dia 05.07 , a partir das 18h , na frente da Sede Central dos Correios e Telégrafos, na Rua Siqueira Campos, no Centro de Porto Alegre – Contra a privatização da empresa.
- Haverá reunião da Frente de Luta Quilombola Negra e Popular no local.
Pauta: Informes e preparação do Encontro Quilombola Negro e Popular do dia 16.07  no Quilombo dos Silva resistindo contra a ADI-3239 e contra o Racismo Institucional, contra os assassinatos e ameaças de morte rumo a mobilização sobre Brasília
- Sexta feira dia 8, ás 19 horas  - mobilização, com caminhada até o Largo Zumbi. Esta ação tem por objetivo denunciar as ações pré-conceituosas e opressoras de grupos como os skinreads. Também estará em pauta a plubicização das ameaças contra o advogado Onir Araújo, ameaçado por defender as comunidades Quilombolas, especialmente o estudante Helder.
Luix
PS: Abaixo matéria que caracteriza que há incentivo para a ampliação do caráter ideológico do estado de exceção.
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Cinco skinheads são presos em flagrante agredindo negros em São Paulo

Por Guilherme Voitch (guilherme.voitch@sp.oglobo.com.br - Agência O Globo – dom, 3 de jul de 2011

SÃO PAULO - A Polícia Civil prendeu na madrugada deste domingo cinco jovens integrantes de um grupo skinhead. Eles foram presos em flagrante quando agrediam quatro pessoas na Rua Vergueiro, Aclimação, região central de São Paulo.

Foram detidos Welker de Oliveira Guerreiro, 19 anos; Guilheme Witiuk Ferreira de Carvalho, 21; Pedro Toledo de Souza, 19; Julio Ramon de Lima, 21 e Kauê Baldon Barreto, 18. Com o grupo foram encontradas facas, uma caneta com ponta de ferro e até um machado. Um dos detidos usava uma camiseta com os dizeres White Pride (Orgulho Branco, em inglês).

As vítimas dizem que estavam sendo agredidas quando viram a aproximação de uma viatura da Polícia Civil que passava pela região. Os policiais perceberam a movimentação e interromperam a agressão.

Em depoimento à polícia, duas das vítimas, um orientador sócio-educativo e um estudante, dizem ter sido agredidas porque eram negros. Elas prestaram queixa por racismo. Os detidos irão responder ainda por tentativa de homicídio e formação de quadrilha.

O movimento skinhead surgiu na Inglaterra no final da década de 60. Inicialmente, não possuía conotação  racista ou sequer política. O ritmo negro e jamaicano do ska era uma das trilhas sonoras dos skinheads ingleses. No final da década de 70, porém, integrantes do movimento aproximaram-se de políticos da extrema-direita inglesa e até de neonazistas. No Brasil, os primeiro skinheads surgiram no início da década de 80.

Fonte: http://br.noticias.yahoo.com/cinco-skinheads-s%C3%A3o-presos-flagrante-agredindo-negros-s%C3%A3o-170300093.html

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