11 julho 2011

O estado das coisas

Quilombola é morto por policiais dentro de casa no Quilombo de Volta Miúda - Caravelas BA
O líder quilombola Diogo de Oliveira Flozina
Juventude reage em Porto Alegre contra o nazi-fascismo


A notícia abaixo nos chegou agora.

Faz parte do cenário de ofensiva da extrema direita que se sente autorizada a utilizar os mais torpes e reacionários métodos políticos para impor seu poder.

Quem os autoriza são as condições políticas adotadas pelos governos, a partir das alianças adotadas pelo governo federal.

Este, aparentemente, não é de ninguém, mas faz o que a extrema direita quer.

Dilma se elegeu com estes acordos, mas quem continua ganhando a eleição cultural, política e ideológica são estes grupos, defensores e praticante de todos os preconceitos, racismos e violências contras mulheres, negros, índios, pobres e a diversidade sexual.

Em Porto Alegre, a ofensiva nazi-fascista pintou o prédio da Comunidade Utopia e Luta com a suástica.

A juventude da cidade fez uma calorosa manifestação na sexta feira, 15, contra este crime.


O governo só assiste e nada faz. Exemplo é o caso de preconceito cometido pela Brigada Militar contra o estudante Helder. Os que cometeram os crimes de agressão racista contra o estudante, em Jaguarão, continuam sem serem investigados. Por isto, e por estarem no aparelho de estado com informações privilegiadas de que as investigações contra eles não tem prosseguimento, continuam ameaçando o advogado do estudante e aos amigos de Helder que ficaram naquela cidade.

O governador do estado, Tarso Genro, questionado porque não tinha se pronunciado na ocasião, disse: “não que foi omissão.”

Mas o cenário é de ofensiva do nazismo a serviço da sociedade dirigida pelo governo federal.

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Quilombola é morto por policiais dentro de sua casa no Quilombo de Volta Miúda - Caravelas BA

Policiais alegam terem encontrado o corpo em outro munícipio, numa zona de tráfico de drogas

Ascom Rede Mocambos, 08 de julho de 2011 Em pleno São João, dia 24 de junho, quando o nordeste voltava sua atenção para as festas juninas, um fato grave não ocupou nossa mídia: o quilombola Diogo de Oliveira Flozina, 27 anos, pai de 2 filhos, teve sua casa invadida por 3 policiais a paisana que chegaram na comunidade de carro comum em pleno meio dia. Testemunhas da comunidade que não desejam se identificar, pela gravidade das ameaças que sofrem, disseram que os policiais mataram Diogo e que ficaram na casa com ele até 14h, quando uma viatura chegou para levar o corpo. Nessas horas que a polícia estava na comunidade, um menor de 15 anos foi espancado e ameaçado de morte por se aproximar do local, que os policiais mantiveram isolado de outras pessoas.

A viatura então seguiu para o município de Nova Viçosa, para um bairro onde já existem ocorrências de tráfico de drogas; depois seguiram para o hospital de Teixeira de Freitas, lá e na delegacia o corpo foi apresentado como de um traficante. O boletim de ocorrência consta que o rapaz foi morto depois de uma batida policial com trocas de tiro numa boca de fumo em Nova Viçosa.

O Quilombo de Volta Miúda, assim como outros da região, vive conflitos permanentes com polícia e empresas de eucalipto e carvão. A comunidade acredita que Diogo foi morto por estar extraindo carvão e incomodando os interesses das empresas do ramo

"Aqui os quilombolas vivem aterrorizados, trancados em suas casas, silenciados pela opressão, eu coloco minha boca no mundo, mas sei que posso morrer a qualquer momento por isso, precisamos de ajuda!" relata um quilombola que não deseja se identificar.

O quilombo de Volta Miúda é certificado pela Palmares, tem 120 famílias em estado de preocupante pobreza e sobrevivem com muito sacrifício por conta da dominação das empresas de eucalipto. Na região, vive em conflito com polícia e empresários, além da Volta Míúda, cerca de mais 7 comunidades que se sentem isoladas, sem apoio e cobertura nenhuma dos poderes públicos.

O Quilombo de Volta Miúda pede socorro, antes que outras tragédias aconteçam!

A Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia tem obrigação de por fim ao racismo policial que extermina nosso povo, prender os assassinos de Diogo e exonerar seus superiores!

Os organismos de Direitos Humanos e de Igualdade Racial devem obrigatoriamente nos assegurar cobertura, proteção e reparação em caráter emergencial para além de suas justificativas burocráticas e de gabinetes!

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