14 junho 2008

A crise política do estado gaúcho


Um dia de protesto contra a insânia e a corrupção

Uma ampla frente política realizou nesta sexta, 13, ato político contra os métodos utilizados pelo governo Yeda na tentativa de sufocar as denuncias e os protestos populares contra a corrupção.

Foi a primeira manifestação depois da Quarta feira sangrenta, promovida pela Brigada Militar, sob ordem do novo comandante geral, desde o início do governo, o favorito da Maria Louca. O coronel Mendes é assumidamente militante do PSDB, mas, como todo coronel da Brigada, se dizem partidários apenas da corporação. Mas, com ele no comando é apenas a confirmação da política que adotou como vice, de enfrentamento duro, no tiro ou na porrada, para bandidos ou “terrorista”, como designa os militantes dos movimentos sociais, principalmente os da “via Campesina”.

A loucura que tomou conta da política estadual conseguiu unificar parte do movimento social e político no limite do “Fora Yeda”. A burguesia local se deu conta que o vice-governador é um problema tão grande ou maior do que a oposição realizada pelo PT, PCdoB, e alguns parlamentares do PDT, PMDB, PP, DEMOCRATAS.

A burguesia local tomou um “sustão” com a violência da disputa política no seu seio. As escutas telefônicas feitas pela Policia Federal mostram as negociações da corrupção nos órgãos do governo, e a gravação da conversa entre vice e o já ex-secretário da Casa Civil do governo estadual, feita e divulgada por ele, comprovam de forma contundente que este é um governo envolvido com a corrupção.

A queixa maior dos dirigentes políticos nacionais do LPSDB e do Demo, contra o vice Demo Paulo Feijó, é que ele gravou uma conversa entre eles, sem avisar, entregou o CD para a Polícia Federal, Ministério Público, CPI do DETRAN (a direita diz que ele entregou para o PT, pois o presidente da CPI é o Fabiano Pereira). Há um questionamento sobre a credibilidade geral exposta. Ele diz que gravou para se proteger. E agora, quem não está gravando alguma coisa para se proteger?

Depois do “sustão”, houve uma reunificação geral da direita. Cortou os secretários diretamente envolvidos nos fatos expostos, formou-se um gabinete de crise com indicação direta dos partidos de sustentação do governo – PP, PSDB, PMDB, DEMO. A imprensa local também deixou o liberalismo e adotou a realidade do neoliberalismo. O discurso é de seguir em frente, olhar o horizonte, começar agora a partir dos “êxitos da economia”.

Mas, para o movimento social, apenas esgotou a dose de irracionalidade da semana na Quarta Sangrenta. Assim, os atos de protestos ocorridos nesta sexta, 13, ocorreram sem incidentes. Pela manhã, os estudantes secundaristas, especialmente os do Julinho, que fizeram caminhada, marcha e ato na Praça da alfândega. E, à tarde, professores, estudantes e outros grupos sociais realizaram caminhadas até a Praça da Matriz, onde se encontram para a atividade final, em frente ao Palácio Piratini.

Participou o Psol, PT, CUT, Intersindical, Conlutas, Cpergs, Sindicatos dos Municipários de POA, Frente Nacional dos Petroleiros, Movimento dos Trabalhadores Desempregados.

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