03 março 2009

A aula das escolas itinerantes
Os professores das escolas itinerantes dos acampamentos dos trabalhadores sem terra, acompanhados de seus alunos, ocuparam as coordenarias regionais de educação em todo estado para demonstrar seus métodos de ensino e marcar que as escolas itinerantes vão continuar acompanhando as crianças em suas necessidades de aprender.

Em Canoas, professores e alunos da 1ª a 8ª série, da escola itinerante dos acampamentos Jair Antonio da Costa e Granja Nenê, de Nova Santa Rita, ocuparam a entrada da 27ª Coordenadoria Regional de Educação e realizaram a aula-protesto dada pela deputada estadual, e professora, Stela Farias, e o educador Antônio Branco.

Quem se relacionou com eles foi a coordenadora adjunta, Cristina Sahwahn que recebeu a carta que dos estudantes e educadores, pedindo a continuidade das escolas. Cristina disse que estas crianças estão matriculadas nas escolas do município de Nova Santa Rita, e que é para lá que devem se dirigir a partir de agora, mas entregaria a carta a Coordenaria de Ensino.

Os dois acampamentos de Nova Santa Rita - Jair Antonio da Costa e Granja Nenê -, tem cerca de 60 crianças, mas nenhuma está matriculada porque seus nomes não foram encaminhados para este fim por seus pais ou responsáveis.

No estado, as escolas itinerantes atendem cerca de 600 crianças e já vinha sendo perseguidas pelo governo estadual que em 2008 os deixou sem material didático e atrasou os salários dos educadores por nove meses.

O MST, na oportunidade, distribuiu documento explicando a dialética da escola itinerante:

Por que fecham as ESCOLAS DO MST
Desde o ano passado, o Ministério Público Estadual e o Governo do Estado querem acabar com o MST e com quem luta por seus direitos. Despejaram acampamentos, perseguiram trabalhadores, reprimiram manifestações. Agora, Yeda e o Ministério Público querem acabar com as escolas dos acampamentos de reforma agrária.
As escolas itinerantes são uma das muitas conquistas que tivemos com nossas lutas. São escolas legalizadas e reconhecidas pelo Conselho Estadual de Educação. São elas que garantem que os nossos filhos possam estudar, mesmo quando os acampamentos se mudam. Tirando as nossas escolas itinerantes, querem nos impedir de lutar e tirar nossos filhos de perto de nós.

A Governadora já havia deixado os educadores 3 meses sern salários, nem entregava merenda escolar e material didático nas escolas itinerantes.
Como nossas crianças vão estudar quando os acampamentos se mudarem? Que prefeitura vai conseguir garantir o transporte escolar e salas de aulas para ianios alunos? E quando os acampamentos se mudarem, as escoias vão receber os nossos filhos em qualquer momento do ano ou nossos filhos vão ter que perder o ano de estudo? Se as nossas crianças querem viver no campo, a educação que elas irão receber na cidade vai prepará-las para isso?

Fechar as Escolas itinerantes é mais uma ação da Governadora e do Ministério Público para impedir que os pobres tenham acesso aos seus direitos e que possam se organizar para lutar por eles.

A EDUCAÇÃO NO MST
São mais de 300 crianças estudando em 7 escolas iíinerantes no RS, que serviram de modelo para outros 7 estados.
300 mil estudantes em acampamentos e assentamentos, desde o ensino fundamental até a graduação em universidades.
O MST tem parcerias com mais de 50 Universidades e Escolas Técnicaspara formar agrónomos, veterinários e professores. ;
São mais de 1.800 escolas públicas nos Assentamentos.
Em apenas 3 anos, o MST alfabetizou mais de 50 rnil jovens e adultos.

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