30 janeiro 2009

Um dia para os protestos das travestis e transexuais

O 29 de janeiro é o dia Nacional da Visibilidade das Transexual e das Travestis. Para protestar e reivindicar direitos humanos – que denunciam, lhes são negados -, foram às ruas.
As Trans reivindicam direitos humanos.

Em Porto Alegre, ocuparam a Esquina Democrática. Fizeram ato que contou com apoio de centena de pessoas que paravam para conversar e tomar ciência de algo que “nem lhes passava pela cabeça que era assim”, como disse uma senhora, que saia de um dia de trabalho pesado em uma loja comercial.

As Trans gaúchas denunciaram os governos federal, estadual e municipal por preconceito e discriminação. Citam deversos casos, caracterizando as ameaças constantes – onde moram, onde passam a infência e são criadas, nas escolas onde acabam não podendo estudar, nas ruas onde passam. São tratadas como pessoas de segunda categoria. Perseguidas pelos homens da segurança publica, sem direito ao trabalho formal, sem cidadanias que as inclua nas políticas publicas de saúde, moradia, educação.
Apontam: não são diferentes em preconceito e discriminação a elas os governos Lula, Yeda e Fogaça. Ajudam a guetizar as Trans empurando-as para os mesmos papeis sociais: prostitutas, atrizes pornôs, cabeleireiras, costureiras. Em que poderiam se especializar para terem melhor destino social? Um dentista Trans? Uma pediatra Trans? Uma militar Trans? Uma bombeira Trans? Uma jornalista Trans? Uma engenheira? Uma obstetra? Não há respeito a uma Trans em qualquer situação profissional nesta sociedade.

Quem pensa na transformação social, portanto, não pode deixar de contar com a militância destas companheiras de luta.

Abaixo algumas palavras que estavam em seus documentos e indicação para quem precisa de ajuda e militância.

TRANSFOBIA
Tranforme essa ideia.

QUANDO OCORRE?
Quando as TRANS são impedidas de ter acesso à saúde, educação, moradia e emprego.
Quando a cidadania das TRANS é prejudicada por puro preconceito.
Quando, dentro de suas próprias famílias, as TRANS são abusadas psicologicamente e até fisicamente.
Quando pessoas vizinhas das TRANS as insultam e controlam suas vidas, fazendo falsas denuncias na tentativa de tirá-las do bairro, cidade ou país.
Quando em algum hospital ou posto de saúde as TRANS são desrespeitadas por funcionários ou profissionais de saúde.
Quando afirmam que não somos a pessoa da foto na nossa carteira de identidade para causar-nos constrangimento.
As TRANS usam um "nome social" feminino que as caracteriza. É preferível chamá-las por esse nome.
Quando alguns veículos de comunicação e seus programas ridicularizam, difamam e humilham as TRANS.

É assim que imaginamos o futuro:
Fim da exclusão escolar das Travestis
Reconhecimento do Trabalho das Travestis profissionais do sexo
Nenhuma perseguição, violência, abuso de poder, extorsão ou constrangimento ilegal da Polícia sobre as travestis
Direito de alteração do nome em cartório
Direito a Assistência Social, Previdência, Moradia e Saúde das Travestis
Direito a privacidade e de receber amigos e namorados na prisão
Aprovação do PL 122 que criminaliza a Homofobia no Brasil
Direito da identidade de género Feminina



A Associação de Travestir e Transexuais do Rio Grande do Sul é coordenada pela Marcelly Malta, tem como tesoureira a Scheila Barbosa, como Secretária a Cristiane Oliveira, e está funcionando na Galeria Malcon, 6º andar, sala 613.

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