14 fevereiro 2009


Como tratar o inimigo

A governadora vestiu o chapéu. E confia na justiça para acabar com a ofensiva da oposição contra ela e seu governo. A luta é política, é certo, contra o que fazeram com a sociedade.

Ela conta com uma defesa aparente, a que finge que a critica, e ainda com a defesa real, dos que querem mostrá-la como vítima de calúnias. São os mesmos. Apresentam o “déficit zero”, como grande feito, mesmo que este zero seja tudo o que ela investiu em serviços públicos, e estes apresentem índices da desgraça sociais nunca vistos na história do Estado.

Ela e os que estão no poder do estado adotaram a máxima de que os que discordam ou sofrem com esta política podem espernear, mas com educação, respeito aos marcos jurídicos (?). O problema é que estes marcos são interpretados por seres que se acham "justos” mas acabam mesmo sendo “justiçeiros”, pessoas com identidade ideológica, como qualquer um de nós. Mas com a missão dos homens pagos para fazer o serviço. E são, com todo direito, neoliberais, pois, fala sério, não é possível existir tanta lei e tão pouca justiça nos “marcos juridicos, políticos, sociais, etc.” existentes. Basta ver o nível de violência, corrupção e injustiça no estado e na sociedade.

Yeda confia na Justiça. Como no inferno de Dantas, entende ser o caminho da salvação. O inimigo que se cuide. E ela tem razão. O estado é cada vez mais abertamente "da classe". Há uma justiça para uns, e outra, para outros. Há uma educação para uns, e outra, para outros. Há uma saúde para uns, e outra, para outros. E assim vai.

A gravidade da situação é imensa.

A radicalização direitista se dá num momento de naufrágio do sistema (deles) capitalista. A direita não sabe o que fazer para consertar (nem tem como) o barco, mas para salvar seus dedos vai baixar “porrada” seja ele indígena, negro, feminino ou popular. Aliás, sempre foi o forte da cultura que chegou ao que viria ser o Brasil.
Essa gente já viveu essa situação de não saber o que fazer na história. Várias vezes foram apanhados de calças curtas nas crises em que seus sistemas mergulharam as sociedades. Em cada momento o fim do horizonte representou culturalmente o fim do mundo. Para justificar a falta de idéia, de inteligência, de valorização do ser humano (que não de sua essência), baixou porrada. A violência utilizada por "eles" representou colocar “os de baixo” sob o terror do fim do mundo e prejudica sua capacidade, e só ele pode tê-la, de pensar alternativas.
E Yeda faz jus à cultura historicamente bandeirante.

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