19 fevereiro 2009


A pedagogia da subserviência ou a luta é dura

Mas não é uma graça.
Depois de anunciar o déficit zero, à custa da vida dos mais necessitados, a secretária de educação diz agora, dia 19, que vai faltar professores no início das aulas.

Os motivos são surpreendentes, coisas jamais imaginadas. Raio em céu azul: Aposentadorias, questões burocráticas e transferências de professores para a rede municipal de ensino. Como podemos ver, pelas palavras de Mariza Abreu, na presença da economista governadora, planejadora, sagaz Yeda, causas inesperadas, incalculáveis, imprevisíveis.

A desgraça do pensamento neoliberal não é só a degradação moral e ética, é também intelectual. Pode montar esquemas complexos, mas tem que atender a desrazão. E isto serve também para os que criticam determinadas ações numa localidade, mas aceita as mesmas práticas em outras.
O governo é conduzido por estes valores da oportunidade. Por uns, porque acreditam, aceitando os valores liberais. Outros por mero oportunismo. Não é só um órgão do estado que é dirigido assim.

O procurador que aparece como idealizador da “nova democracia’, onde o direito é interpretado a partir do direito, da escolha de determinados autores, e não da sociedade, autorizar ação policial contra o MST, contra os professores ou metalúrgicos como se estivesse tratando com um bando de marginais. Aliás, igualam a repressão ao combate ao trafico, aos assaltos (geralmente a bancos), recriando no imaginário uma mesma imagem, recriando e definindo quem são os “novos bárbaros”.

As manifestações populares, com centenas de manifestantes, são cercadas, as pessoas – seja homem, mulher, velho, novo, grávidas - são espancadas, tratadas com bombas, colocadas de cara no chão, revistadas, muitos são feridos e algumas até mortas. Isto em operação planejada pelo governo , com toda logística do estado e autorização judicial.

O rapaz diz que está atacando quem tem visão diferente da dele e que ganha R$ 20 mil no estado. Ou fora, não. Mas quem é massacrado mesmo com suas iniciativas é quem não tem nada. Então, identificado com a ação do governo, manda prender Sem Terra, fechar escolas dos filhos deles, reprimir manifestação de professores.

O direito não vem do povo. O povo não tem direito. O direito do povo é usado pela ética política hegemônica. Entendem que o povo pode reivindicar direito, mas com educação, a deles, é claro. Quer dizer, a da Yeda ou da Mariza, que, depois de tirar os professores da sala de aula, tirar a própria sala de aula dos alunos com o fechamento de escolas, enturmação, multiseriação, ministra a subserviência como pedagogia.

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